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Mais do que preço: a compra de um imóvel é ESTRATÉGIA.

"A decisão de comprar um imóvel vai muito além da análise do preço e da localização: ela exige estratégia, cautela e a compreensão de que cada escolha feita hoje pode refletir por décadas no patrimônio do adquirente." Nos últimos artigos, discutimos duas situações que revelam bem essa realidade: a compra de imóveis ainda em processo de regularização e os riscos dos passivos ambientais e urbanísticos muitas vezes ocultos na cadeia dominial. Retomando essas reflexões, é possível perceber que a venda de um imóvel pendente de regularização não apenas é possível, como pode ser uma estratégia patrimonial eficiente. Em muitos casos, adquirir o bem durante o procedimento permite ao comprador acompanhar a regularização até o fim e assegurar que o registro seja efetivamente lavrado em seu nome. Entretanto, para que essa seja uma boa decisão — e não um risco disfarçado de oportunidade — é imprescindível compreender se o procedimento é viável e se o imóvel realmente pode ser regularizado...

Os riscos ocultos na aquisição de imóveis: responsabilidade ambiental e urbanística do novo proprietário

  Quando o passado do imóvel se torna o problema do novo proprietário : riscos ambientais e urbanísticos que ninguém conta Ao contrário do que muitos imaginam, nem sempre os riscos de adquirir um imóvel estão apenas na documentação civil ou na regularidade registral . Há situações silenciosas — e muito mais frequentes do que se pensa — em que o verdadeiro perigo está no histórico ambiental ou urbanístico do bem. E, nesses casos, o novo proprietário pode herdar um passivo que não criou, mas pelo qual responderá integralmente. É o que ocorre quando o imóvel resulta de parcelamento irregular do solo , ou quando sofreu intervenções ilegais, como supressão indevida de vegetação , terraplanagem não autorizada , aterro de área alagada ou alteração do curso natural de rios e nascentes . São condutas que violam a legislação, comprometem o equilíbrio ambiental e, principalmente, produzem efeitos duradouros — inclusive para quem chega depois. O ponto crucial é que a responsabilidade por ...

Regularização imobiliária e cessão de direitos: quando a venda durante o processo é juridicamente possível

A realidade imobiliária brasileira apresenta situações que o Direito não pode ignorar: imóveis em processo de regularização continuam sendo objeto de interesse econômico, familiar e social. Negociações ocorrem, a posse muda de mãos e o procedimento judicial segue em curso. O ponto central é entender se essa dinâmica, bastante comum, encontra respaldo no ordenamento jurídico e pode ser conduzida com segurança. O caso que utilizo como referência ilustra bem essa discussão. Trata-se de um imóvel cuja regularização já tramitava em juízo quando ocorreram sucessivas transmissões de posse. Cada adquirente assumiu não apenas o uso do bem, mas também a responsabilidade de dar continuidade ao procedimento, solicitando ao Judiciário a substituição processual para que o processo refletisse a realidade atual da ocupação. Essa substituição, prevista no Código de Processo Civil , é medida de coerência: o processo deve ser conduzido por quem detém a posse e os direitos correspondentes. Não se a...

Separação de bens não exclui herança: o que poucos sabem

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Ao casar em regime de separação total de bens, João acreditava que sua esposa não herdaria nada. Mas isso não é bem assim. Se houver falecimento e herdeiros descendentes, o cônjuge pode sim concorrer na herança. Regime de bens não é planejamento sucessório. Planejar é ir além da certidão de casamento — é estruturar juridicamente a vontade do casal. Está casado, mas quer proteger o patrimônio da sua família? Fale com nossa equipe.

O que torna um imóvel irregular?

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  Série: Imóveis Irregulares | Parte 1 Você sabia que um imóvel pode parecer “em ordem” — mas, na prática, ser totalmente irregular? Hoje começamos a nossa série sobre imóveis irregulares. Ao longo dos próximos dias, vamos explorar os principais motivos que fazem com que um imóvel esteja fora da legalidade, e como isso pode impactar sua segurança, seu patrimônio e até o valor de mercado do bem. A irregularidade pode surgir de diferentes formas. Veja alguns exemplos práticos: Um imóvel que está no nome de terceiros , mesmo que você tenha pago por ele. Um imóvel sem escritura ou sem qualquer contrato que comprove a compra. Um loteamento onde o proprietário não tem matrícula individualizada . Ou ainda, imóveis com construções não averbadas — ou seja, que não existem “no papel”. Muita gente convive com esses problemas sem nem perceber. Outros preferem “deixar para depois”, até que um problema maior apareça — como uma venda, inventário, financiamento ou disputa judi...

Locação para Pessoa Jurídica: quando o imóvel é residencial, mas o contrato não

Imagine um executivo que acaba de ser transferido para uma nova filial de sua empresa. Ele precisa de um lar para viver com a família, mas, surpreendentemente, o contrato de locação que a companhia celebra com o proprietário do imóvel não será considerado residencial , e sim não residencial . Confuso? À primeira vista, parece mesmo. Mas a explicação está na lei: sempre que o locatário for uma Pessoa Jurídica, a locação será qualificada como não residencial , ainda que o imóvel seja utilizado como moradia. Isso ocorre porque o vínculo contratual se estabelece entre o proprietário e a empresa, e não com a pessoa que efetivamente ocupará o imóvel. Essa situação é comum em grandes corporações que precisam oferecer acomodação a diretores, sócios, gerentes ou até empregados deslocados temporariamente para outra cidade. A peculiaridade da ocupação transitória Nesses contratos, a permanência do ocupante costuma ser transitória. Isso abre espaço para uma rotatividade de moradores , o que po...